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Pernambuco

Pernambuco é uma das 27 unidades federativas do Brasil. Está localizado no centro-leste da região Nordeste e tem como limites os estados da Paraíba (N), do Ceará (NO), de Alagoas (SE), da Bahia (S) e do Piauí (O), além de ser banhado pelo oceano Atlântico (L). Ocupa uma área de 98 311 km² (pouco menor que a Coreia do Sul). Também fazem parte do seu território os arquipélagos de Fernando de Noronha e São Pedro e São Paulo. Sua capital é a cidade do Recife e a sede administrativa é o Palácio do Campo das Princesas. O atual governador é Eduardo Campos (PSB).[6][7][8][9]
O maior aglomerado urbano de Pernambuco é a Região Metropolitana do Recife (RMR), um dos principais polos industriais do Brasil. Os municípios mais populosos da metrópole pernambucana são Recife, Jaboatão dos Guararapes, Olinda, Paulista e Cabo de Santo Agostinho.[10] E as cidades mais importantes fora da RMR são: Vitória de Santo Antão, Goiana, Carpina, Escada ePalmares, na Zona da Mata; Caruaru, Garanhuns, Santa Cruz do Capibaribe, Gravatá e Belo Jardim, no Agreste; e Petrolina, Serra Talhada, Araripina, Arcoverde e Salgueiro no Sertão.
Uma das primeiras regiões do Brasil a ser ocupada pelos portugueses, Pernambuco foi também o mais importante núcleo econômico e um dos principais núcleos políticos do período colonial.[11] O estado teve ativa participação em diversos episódios da história brasileira: foi palco das Batalhas dos Guararapes, decisivas na Insurreição Pernambucana e consideradas a origem do Exército Brasileiro; e serviu de berço a movimentos de caráter nativista ou de ideais libertários, como a Guerra dos Mascates, a Revolução Pernambucana, a Confederação do Equador e a Revolta Praieira.[12]
Pernambuco é atualmente o décimo estado mais rico do Brasil; e Recife a cidade com o maior PIB per capita entre as capitais da Região Nordeste.[13] O estado abriga o maior parque tecnológico do Brasil, o Porto Digital, localizado no bairro do Recife Antigo na capital pernambucana; e o maior estaleiro do Hemisfério Sul, o Estaleiro Atlântico Sul, situado no Complexo Industrial de Suape, Região Metropolitana do Recife. Em Pernambuco nasceram nomes de destaque da indústria brasileira, como Norberto Odebrecht, José Ermírio de Morais, Edson Mororó Moura e Antônio de Queiroz Galvão. O nível de desenvolvimento social pernambucano é superior ao dos países menos avançados, mas ainda está abaixo da média brasileira. Não obstante, Pernambuco detém o melhor serviço de coleta de esgoto do Norte, Nordeste e Sul brasileiro segundo o IBGE, e apresenta a terceira melhor qualidade de vida do Norte-Nordeste segundo aFIRJAN.[14][15][15]
Conhecido por sua ativa e rica cultura popular, Pernambuco é berço de várias manifestações tradicionais, como o frevo e o maracatu, bem como detentor de um vasto patrimônio histórico,artístico e arquitetônico, sobretudo no que se refere ao período colonial. Na década de 1990, surgiu em Pernambuco o manguebeat, amálgama do rock, do pop, do rap e do funk com os ritmos locais. Nasceram no estado nomes de peso no cenário internacional: Paulo Freire, um dos pensadores mais notáveis da história da pedagogia mundial e brasileiro mais homenageado de todos os tempos; Gilberto Freyre, um dos maiores sociólogos do século XX; Luiz Inácio Lula da Silva, ex-presidente da República Federativa do Brasil; entre outros. O estado também deu origem a grandes literatos brasileiros, como Manuel Bandeira, Nelson Rodrigues, João Cabral de Melo Neto, Joaquim Nabuco, entre muitos outros,[9] bem como a nomes de destaque das artes visuais edesign, como Cícero Dias, Romero Britto, Abelardo da Hora e Andree Guittcis. Pernambuco deu origem ainda a grandes nomes das ciências exatas e biológicas, como Mário Schenberg,Leopoldo Nachbin, Paulo Ribenboim, Correia Picanço, entre outros tantos.
O estado é representado na bandeira do Brasil pela estrela Mµ de Escorpião.[16]

Etimologia

A origem do nome Pernambuco é controversa. Alguns estudiosos afirmam que vem do nome tupi: pa'ra'nã = "mar" mais buka = ("furo de mar"), referência dada aos índios no canal de Santa Cruz que cerca a toda a Ilha de Itamaracá.[17] Segundo outros afirmam, era a denominação nas línguas indígenas locais da época do descobrimento para o pau-brasil. Pode se originar, ainda, da palavra tupiparanãbuku, que significa "mar comprido", através da junção dos termos paranã ("mar") e puku ("comprido, alto").[18].
Os habitantes naturais do estado do Pernambuco são denominados pernambucanos.[19]
Quanto à pronúncia do gentílico per.nam.bu.ca.no (top. Pernambuco mais ano – que significa pessoa nascida ou que vive em Pernambuco), as pronúncias aceitas, de acordo com as flexões gramaticais, seguem os exemplos: "o pernambucano e a pernambucana; os pernambucanos e as pernambucanas".[20]

Geografia

Pernambuco é um dos menores estados do país. Apesar disso, possui paisagens variadas: serras, planaltos, brejos, semi-aridez no sertão e diversificadas praias na costa. O estado tem altitude crescente do litoral ao sertão. As planícies litorâneas têm altitude de até 200m, apresentando relevo peneplano (mamelonar), e alguns pontos do planalto da Borborema ultrapassam os 1.000m de altitude. Na margem oeste da mesorregião Agreste, há a Depressão Sertaneja, uma depressão relativa com altitude média de 400m que se estende até a margem oriental da Chapada do Araripe. Faz divisa com Paraíba e Ceará ao norte, Alagoas e Bahia ao sul, Piauí ao oeste e o oceano Atlântico ao leste. Tem 187 km de costa, excluindo a costa do arquipélago de Fernando de Noronha.
Mais da metade do estado é localizado no Sertão, exclusivamente no oeste e região central do estado. É um lugar onde há escassez de chuvas, e o clima é semi-desértico (semi-árido), devido à retenção de parte das precipitações pluviais no Planalto da Borborema e correntes de ar seco provenientes do sul da África. Está no domínio da caatinga, com período chuvoso restrito a cerca de quatro meses do ano, sendo que em anos periódicos as chuvas podem ficar abaixo da média ou até mesmo acima da média. As médias de precipitações pluviométricas variam entre 600 mm e 800 mm sendo que em trechos da região, podem ser menor que 500 mm, mas também podem se aproximar de 1.000 mm, como em áreas do alto pajeú e chapada do arapipe. No Agreste as precipitações são entre 600 mm e 900 mm, principalmente em áreas consideradas como Brejos de Altitude. A Zona da Mata do estado tem precipitações médias entre 1.500 e 2.000 mm anuais.[41]

Geologia e Relevo

O relevo é moderado: 76% do território estão abaixo dos 600m. É formado basicamente por três tipos: (Baixada litorânea), (Planalto da Borborema) e (Depressão Sertaneja). O litoral é uma grande planície sedimentar (Baixadas Litorâneas do Nordeste), quase que em sua totalidade ao nível do mar, tendo alguns pontos abaixo do nível do mar, nessas planícies estão as principais cidades do estado, como Recife e Jaboatão dos Guararapes.
A baixada litorânea no litoral trata-se de uma grande planície costeira de origem sedimentar e altitude que oscila entre 0 a 10 metros, apresenta feiçoes onde sobressaem praias e restingas. A altitude aumenta conforme aumenta a distância da costa, junto a Zona da Mata tem como traço característico de sua paisagem um relevo marcado pela predominância de morros e colinas. A Zona da Mata é marcada por formações onduladas ou melonizadas, características denominadas pelo geógrafo francês Pierre Deffontaines e consagrada pelo geógrafo brasileiro Aziz Ab'Saber, como domínio de "Mares-de-Morros", expressão para designar o relevo das colinas.
O Planalto da Borborema é a principal formação geológica na faixa de transição da Zona da Mata para o Agreste é conhecido popularmente como Serra das Russas, tem altitude média de 600m, . Há picos com 1000 m de altitude, e os planaltos tem cerca de 800 m de altitude, com destaque para o maciço dômico de Garanhuns, com altitude média de 800m. Na Microrregião do Pajeú, próximo ao município de Triunfo, localiza-se o Pico do Papagaiocom 1.260 metros, no limite com o sudoeste da Paraíba.
O Agreste localiza-se sobre este planalto, sua altitude média é de 400m, podendo passar dos 1000m nos pontos mais elevados. A estrutura geológica predominante é a cristalina, sendo responsável, junto com o clima semi-árido, por formações abruptas (pedimentos e pediplanos).
No Sertão as cotas altimétricas decrescem em direção ao Rio São Francisco, formando, em relação ao Planalto da Borborema uma área de depressão relativa. As formações geomorfológicas predominantes são os inselbergues, serras e chapadas, estas últimas aparecendo em áreas sedimentares. A Chapada do Araripe tem altitude média de 800m.[43]
Baixada Litorânea
Distinguem-se, de leste para oeste: praias protegidas pelos recifes; uma faixa de tabuleiros areníticos, com 40 a 60m de altura; e a faixa de terrenos cristalinos talhados em colinas, que se alteiam suavemente para oeste até alcançarem 200m no sopé da escarpa da Borborema. Tanto a faixa de tabuleiros como a de colinas são cortadas transversalmente por vales largos onde se abrigam amplas várzeas, chamadas planícies aluviais.
Fortes contrastes observam-se entre os solos pobres dos tabuleiros e os solos mais ricos das colinas e várzeas. Nos dois últimos repousa a aptidão do litoral pernambucano para o cultivo da cana-de-açúcar, base de sua economia agrícola.
Planalto da Borborema Seu rebordo oriental, escarpado, domina a baixada litorânea com um desnível de 300m, o que lhe confere ao topo uma altitude de 500m. Para o interior, o planalto ainda se alteia mais e alcança média de 800m em seu centro, donde passa a baixar até atingir 600m junto ao rebordo ocidental. Há picos com 1000 m de altitude como é o caso do Pico da Boa Vista 1 196 m e do Pico do Papagaio 1 260 m, o primeiro localiza-se no agreste e o último no sertão. Diferem consideravelmente as topografias da porção oriental e da porção ocidental.
A leste, erguem-se sobre a superfície do planalto cristas de leste para oeste, separadas por vales, que configuram parcos relevos de 300m. Aproximadamente no centro-sul do planalto eleva-se o maciço dômico de Garanhuns, que supera a altitude de 1.000m.
Depressão sertaneja
No Sertão as cotas altimétricas decrescem em direção ao Rio São Francisco, formando, em relação ao Planalto da Borborema, uma área de depressão relativa. As formações geomorfológicas predominantes são os inselbergues, serras e chapadas, estas últimas aparecendo em áreas sedimentares. A Chapada do Araripe tem altitude média de 800m.[43]

Clima

O estado está inserido na zona intertropical, logo apresenta predominantemente temperaturas altas, todavia o quadro climático é bem diversificado devido à interferência do relevo e das massas de ar.
Na Zona da Mata o clima é predominantemente pseudotropical, com fortes chuvas no outono e inverno. Já no Agreste as condições climáticas são diversificadas por ser uma região de ecótone, apresentando áreas mais úmidas e outras mais secas, onde predomina o clima semi-árido. No Sertão, o clima é semi-árido quente, devido à retenção das precipitações pluviais no Planalto da Borborema e correntes de ar seco provenientes do sul da África (tépida caalariana ou TK), entre outros fatores menos importantes.
O estado encontra-se com 89,01% de seu território dentro do polígono das secas, segundo dados da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO).[47], que se estende do extremo norte de Minas Gerais, até o Piauí e está sujeita a secas periódicas. Essa área corresponde a 87.317 km², ocupando as regiões do agreste e sertão. É a região com as menores e mais irregulares precipitações pluviométricas. Com período chuvoso restrito a cerca de quatro meses do ano, com precipitaçoes pluviométricas entre 600mm a 800mm.
No agreste e sertão aparecem áreas de exceções - principalmente cidades com microclima de altitude, com temperaturas que podem chegar a 8 °C durante o inverno,[48] como Triunfo, Garanhuns e Taquaritinga do Norte, que são considerados Brejos de Altitude. Outra exceção é a mesorregião do São Francisco, mais úmida que as circundantes por conta do Rio São Francisco e a irrigação proveniente dele.
Municípios como Triunfo, Poção, Capoeiras, Caetés, Jupi, Garanhuns, Lajedo e Saloá são classificados como Cw'a ou Cs'a (temperatura média do mês mais frio abaixo de 18 °C[43]). Curiosamente, tais classificações são de clima mediterrânico, incomuns na região.
Por influência das massas de ar úmido com ação no inverno, a Zona da Mata e o Agreste tem chuvas concentradas durante a estação mais fria.

Vegetação e Hidrografia

A cobertura vegetal do estado é composta por vegetação Litorânea, floresta Tropical e Caatinga. A vegetação Litorânea predomina em áreas muito próximas ao oceanos, por isso apresenta, matas,manguezais e cerrados, que recebem a denominação de (tabuleiro). Apresentam árvores com raízes de suporte, adaptadas à sobrevivência neste tipo de ambiente natural, formado por gramíneas e arbustos tortuosos, predominantemente representados, entre outras espécies por batiputás e mangabeiras.
A floresta Tropical originalmente conhecida como floresta Atlântica, é encontrada apenas na faixa leste do estado, cujo espécies se misturam com a caatinga na denominada Áreas de Tensão ecológica(Contatos entre tipos de vegetação), na faixa de transição entre a zona da mata e agreste. Na floresta Atlântica, as matas registram a presença de árvores altas, sempre verdes, como a (peroba) e a(sucupira).
A caatinga, vegetação típica do Sertão, o Agreste apresenta uma vegetação de transição e suas características se misturam com a da Mata Atlântica, na parte mais oriental e com a da Caatinga, na parte mais ocidental. A caatinga pode ser do tipo arbóreo, com espécies como a (baraúna), ou arbustivo representado, entre outras espécies pelo (xique-xique) e o (mandacaru).
É característica do litoral norte suas formações geográficas mais variadas - ilhas fluviais como Itamaracá, diversos rios e suas desembocaduras, bancos de areia, entre outros. A fauna é variada, destacando-se as aves migratórias que periódicamente chegam à ilha Coroa do Avião e Fernando de Noronha. Ambas as ilhas têm estações de pesquisa ambiental.
Quanto à hidrografia, as grandes bacias hidrográficas de Pernambuco possuem duas vertentes: Faz parte da bacia do Atlântico Nordeste Oriental e da Bacia do rio São Francisco. Os rios que escoam para o rio São Francisco formam os chamados rios interiores, cujo todos os rios nascem em municípios limítrofes na divisa de estados da Região nordeste, os rios que escoam para o Oceano Atlântico, constituem os chamados rios litorâneos, fazem parte da bacia hidrográfica do Atlântico Nordeste Oriental, cujo quase todos nascem no planalto da borborema.[49]
Os três maiores reservatórios de água de pernambuco são: Reservatório Eng. Francisco Sabóia em Ibimirim no sertão, na bacia hidrográfica do rio Moxotó, o Reservatório de Jucazinho, localizado na mesorregião Agreste, próximo ao município de Surubim, na bacia do rio capibaribe, e a represa de Itaparica, inserida sobre o rio São Francisco, mediante o represamento das águas do Rio São Francisco, com vistas ao aproveitamento hidroelétrico do rio através da Usina Hidrelétrica de Itaparica, sendo uma das maiores usinas hidrelétricas do Brasil, além desses, existe um conjunto de reservatórios distribuídos por todo o estado.
Na Região Metropolitana do Recife há poucos lagos e reservatórios, destaque para os reservatórios de Tapacurá e Pirapama. Na periferia do município do Recife encontram-se dois belos cartões postais do município, a Lagoa do Araçá de Apipucos e a da Prata, sendo o último pertencente ao Parque Dois Irmãos. Osmanguezais são abundantes em todo o litoral, porém foram praticamente extintos na RMR devido à urbanização (com a exceção do maior mangue urbano do Brasil, cercado por bairros da zona sul do município do Recife, como Boa Viagem). Porém, nos anos 90, houve um programa de re-implantação do mangue nas margens doRio Capibaribe, desenvolvido pela prefeitura do Recife, trazendo de volta a vegetação ao rio por todo o município.
Rio São Francisco, Capibaribe, Ipojuca, Una, Pajeú e Jaboatão são os rios principais. O São Francisco é de importância vital para o interior do estado, principalmente para distribuição de umidade através de irrigação. Veja lista de rios de Pernambuco

Ecologia

Em Pernambuco, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade administra 11 unidades de conservação: dois parques nacionais, uma estação ecológica, uma floresta nacional, três áreas de proteção ambiental, uma reserva extrativista e três reservas biológicas.[50] A lei estadual 13.787/09, de 8 de junho de 2009, instituiu o Sistema Estadual de Unidades de Conservação (SEUC), sob o qual o estado mantém 66 Unidades de Conservação Estaduais, das quais 25 são de Proteção Integral e 41 de Uso Sustentável. Vinte e uma das unidades estaduais pertencem às categorias descritas pelo SEUC; trinta e três aguardam a recategorização e implantação; e treze foram criadas para proteger os estuários pernambucanos.
As unidades de conservação administradas pelo governo brasileiro em Pernambuco são o Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha (em Fernando de Noronha), o Parque Nacional do Catimbau (em Buíque, Ibimirim, Sertânia e Tupanatinga), a Área de Proteção Ambiental de Fernando de Noronha (em Fernando de Noronha), a Área de Proteção Ambiental Costa dos Corais (em Barreiros, Rio Formoso, São José da Coroa Grande e Tamandaré), a Área de Proteção Ambiental Chapada do Araripe (em Araripina, Bodocó, Cedro, Exu, Ipubi, Serrita, Moreilândia e Trindade), a Reserva Extrativista Acaú-Goiana (em Goiana), a Floresta Nacional de Negreiros (em Serrita), a Estação Ecológica de Tapacurá (em São Lourenço da Mata), a Reserva Biológica da Serra Negra (em Floresta, Inajá eTacaratu), a Reserva Biológica de Pedra Talhada (em Lagoa do ouro) e a Reserva Biológica de Saltinho (em Rio Formoso e Tamandaré).

Demografia

Segundo o censo demográfico de 2010 realizado pelo IBGE, em 2010, a população do estado de Pernambuco possuía 8 796 032 habitantes, sendo o sétimo estado mais populoso do Brasil, representando 4,7% da população brasileira.[52] Segundo o censo de 2010, 4 230 681 habitantes eram homens e 4 565 767 habitantes eram mulheres.[52] Ainda segundo o mesmo censo, 7 052 210 habitantes viviam na zona urbana e 1 744 238 na zona rural.[52] Em dez anos, o estado registrou uma taxa de crescimento populacional de 11,2%. Em relação ao censo de 2000, a população do estado naquele ano era de 7 911 397 habitantes, onde 6 058 249 habitantes viviam nazona urbana e 1 860 095 na zona rural. Em relação ao ano de 1991, a população foi contada em 7 127 855 habitantes.[52]
O maior aglomerado urbano de Pernambuco é a Região Metropolitana do Recife, que além da capital possui mais 13 municípios. Com 3.688.428 habitantes no ano de 2010, é a 5ª mais populosa região metropolitana do Brasil e a mais populosa do Norte-Nordeste.[53]
A densidade demográfica no estado é de 89,47 hab./km², a sexta maior do Brasil. Esse indicador, entretanto, apresenta contrastes pronunciados de acordo com a região analisada, variando de 1 342,86 hab./km² na Região Metropolitana de Recife, até o valor mínimo de 23.2 hab./km² na Região do São Francisco Pernambucano.[54] O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH-M) do estado, considerado médio pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), era de 0,718 em 2005. Considerando apenas a educação, o índice é 0,811; o índice de longevidade é 0,710 e o índice de renda é 0,632.[55] O município com o maior IDH é Vila dos Remédios, com um valor de 0,862; enquanto Manari, situado no extremo Sertão do Moxotó, tem o menor valor (0,482), segundo dados do (PNUD) 2000.[55]

Economia

No início da dominação portuguesa Pernambuco foi basicamente agrícola, tendo destaque na produção nacional de cana-de-açúcar devido ao clima e ao solo tipo massapê. O estado foi, à época do Brasil colônia, responsável por mais da metade das exportações brasileiras de açúcar. Sua riqueza foi alvo do interesse de outras nações e, no Século XVII, os holandeses se estabelecem no estado. A cana-de-açúcar continua sendo o principal produto agrícola da Zona da Mata pernambucana, embora o estado não mais seja o maior produtor do país.
Atualmente a economia de Pernambuco tem como base a agricultura, a indústria e os serviços. O setor de serviços é predominante, seguido pela indústria (alimentícia, química, metalúrgica, eletroeletrônica, comunicação, minerais não-metálicos, têxtil e naval).
Após ter ficado estagnada durante a chamada "década perdida" (1985 a 1995), a economia pernambucana vem crescendo rapidamente desde o final doséculo XX. No final da década de 2000 a construção civil liderou o crescimento econômico de Pernambuco, seguida pelo setor industrial e pelo deserviços.[119]
O estado assiste a uma importante mudança em seu perfil econômico com os recentes investimentos nos setores petroquímico, biotecnológico,farmacêutico, de informática, naval e automotivo, que estão dando novo impulso à economia do estado, que vem crescendo acima da média nacional.[120][121] Além da importância crescente do setor de informática (o Porto Digital é o maior parque tecnológico do Brasil), do setor terciário – sobretudo das atividades turísticas –, e do setor industrial em torno do Porto de Suape, merecem destaque a produção irrigada de frutas ao longo do Rio São Francisco, quase que totalmente voltada para exportação, concentrada no município de Petrolina, em parte devido ao aeroporto internacional com grande capacidade para aviões cargueiros do município; e a floricultura, que começa a ganhar espaço, com plantações de rosas, gladiolus, ecrisântemos. Outros polos dinâmicos de desenvolvimento são: o polo gesseiro no Araripe; o mármore, a pecuária leiteira e a indústria têxtil no Agreste; e a cana-de-açúcar e a biomassa na Zona da Mata.
A capacidade energética instalada é de 5.740 GWh GWh.[122]

Cultura

A cultura pernambucana é bastante diversificada, uma vez que foi influenciada por indígenas, africanos e europeus.
Tendo sido uma das primeiras áreas efetivamente colonizadas por portugueses, ainda no século XVI, que aí encontraram as populações nativas e foram acompanhados por africanos trazidos como escravos, Pernambuco tem uma cultura bastante particular e típica, apesar de extremamente variada. Sua base é luso-brasileira, com grandes influências africanas e ameríndias.

Produção do conhecimento

No estado de Pernambuco nasceram personalidades de grande destaque em todas as áreas do conhecimento.
O pernambucano Paulo Freire é considerado um dos pensadores mais notáveis da história da pedagogia mundial. A pedagogia crítica foi fortemente influenciada pelos trabalhos deste intelectual, o mais aclamado educador crítico. Foi o brasileiro mais homenageado de todos os tempos: ganhou 41 títulos de Doutor Honoris Causa de universidades como Harvard, Cambridge e Oxford.[194][195][196][197]
Gilberto Freyre, um dos mais importantes sociólogos do século XX, representa um marco na história do Brasil devido ao seu livro Casa-Grande & Senzala, que demonstra a importância dos escravos para a formação do país e que brancos e negros são absolutamente iguais.
Pernambucanos também alcançaram grande destaque nas ciências exatas e biológicas. Mário Schenberg, considerado o físico teórico mais importante do Brasil, instaurou os primeiros cursos de computação da USP; Leopoldo Nachbin, considerado o mais importante matemático brasileiro, foi cofundador do IMPA e doCBPF; e Correia Picanço fundou a primeira escola de medicina do Brasil. Outros pernambucanos de grande notoriedade nas ciências exatas e biológicas são:Paulo Ribenboim, Norberto Odebrecht, Israel Vainsencher, Antonio Mário Antunes Sette, José Leite Lopes, Cristovam Buarque, Fernando de Souza Barros, José Tibúrcio Pereira Magalhães, Edson Mororó Moura, Fernando Antonio Figueiredo Cardoso da Silva, Antônio de Queiroz Galvão, João Santos, entre outros.

Música e dança

Vários gêneros musicais e danças surgiram no estado de Pernambuco ao longo dos anos.
O Frevo, um dos principais gêneros musicais e danças do estado e símbolo do Carnaval Recife/Olinda, se caracteriza pelo ritmo acelerado e pelos passos que lembram a capoeira. Esse gênero já revelou e influenciou grandes músicos, como Alceu Valença, Elba Ramalho, Geraldo Azevedo, Moraes Moreira, Zé Ramalho, Armandinho, Pepeu Gomes, Antônio Nóbrega, Hermeto Pascoal, entre muitos outros. Antes da criação da axé music na década de 1980 o frevo era utilizado também no Carnaval de Salvador.
Nos anos 90 surgia em Pernambuco o Manguebeat, movimento da contracultura que mistura ritmos regionais, como o maracatu, com rock, hip hop, funk e música eletrônica.[198][199] O movimento tem como principais críticas o abandono econômico-social do mangue, a desigualdade de Recife (não apenas desta, sendo apenas um reflexo do descaso do Estado fora do eixo Rio-São Paulo). Apesar de ter sido inventado já na década de 1970 pelo guitarrista Robertinho do Recife com os álbuns"Jardim da Infância" (1977), "Robertinho no Passo" (1978) e "E Agora pra Vocês... Suingues Tropicais" (1979), tem como ícone o músico Chico Science, ex-vocalista, já falecido, da banda Chico Science e Nação Zumbi, idealizador do rótulo mangue e principal divulgador das ideias, ritmos e contestações do manguebeat. Outro grande responsável pelo crescimento desse movimento foi Fred Zero Quatro, vocalista da banda Mundo Livre S/A e autor do primeiro manifesto do Mangue de1992, intitulado "Caranguejos com cérebro".
O Maracatu Nação é uma manifestação cultural da música folclórica pernambucana afro-brasileira. É formada por uma percussão que acompanha um cortejo real. Como a maioria das manifestações populares do Brasil, é uma mistura das culturas indígena, africana e europeia. Surgiu em meados do século XVIII. Os Maracatus mais antigos do Carnaval do Recife nasceram da tradição do Rei do Congo. A notícia mais remota até há pouco conhecida sobre a instituição do Rei do Congo, em Pernambuco, data de 1711, em Olinda, e fala de uma instituição que compreendia um setor administrativo e outra, festivo, com teatro, música e dança. A parte falada foi sendo eliminada lentamente, resultando em música e dança próprias para homenagear a coroação do Rei do Congo.
O Maracatu Rural é outra manifestação cultural de Pernambuco, na qual figuram os conhecidos caboclos de lança. É conhecido também como Maracatu de Baque Solto. Distingue-se do Maracatu Nação ou Maracatu de Baque Virado em organização, personagens e ritmo. O Maracatu Rural mais antigo é o Cambinda Brasileira. O grupo foi fundado em 1898 e a sede permanece no mesmo lugar, no Engenho do Cumbe, Nazaré da Mata, Zona da Mata de Pernambuco. O Maracatu Rural significa para seus integrantes algo a mais que uma brincadeira: é uma herança secular, motivo de muito orgulho e admiração. É formado por pessoas simples, principalmente por trabalhadores rurais que com as mesmas mãos que cortam cana, lavram a terra e carregam peso, também bordam golas de caboclo, cortam fantasias, enfeitam guiadas, relhos e chapéus; dedicando-se ao bem mais valioso que possuem: a cultura. O cortejo do Maracatu Rural diferencia-se dos outros maracatus por suas características musicais próprias e pela essência de sua origem refletida no sincretismo de seus personagens. A orquestra é formada por instrumentos de percussão e sopro transmitindo sonoras simbologias. Uma apresentação deste se constitui em um ritual magnífico. É todo um conjunto espetacular de criatividade e beleza, que formam uma representação simbólica notável, deixando a todos encantados.
O Baião teve como precursor o pernambucano Luiz Gonzaga. O ritmo, ao lado de outros como xote, xaxado e côco, faz parte do chamado forró. Vários artistas deram continuidade ao legado de Luiz Gonzaga, como é o caso de Dominguinhos, entre muitos outros. O baião é uma dança muito popular no interior do Nordeste brasileiro; denomina, também, o gênero de música tocada nessas festas e um pequeno trecho musical executado pelos cantadores de viola nos intervalos dos improvisos de uma cantoria. O conjunto típico exigido pelo baião (baile e música) inclui sanfona, triângulo e zabumba.
O Xaxado é uma das principais danças típicas do sertão/agreste pernambucano. Exclusivamente masculina, originária do sertão de Pernambuco e, segundo Luís da Câmara Cascudo (Dicionário do Folclore Brasileiro), divulgada até regiões da Bahia pelo cangaceiro Lampião e pelos integrantes do seu bando. Segundo o poeta Jayme Griz, Lampião não foi o inventor da dança (que já era conhecida no sertão e agreste pernambucanos desde 1922), mas apenas seu divulgador. A dança é um rápido e deslizado sapateado. Originalmente, não tinha acompanhamento instrumental, os dançarinos apenas repetiam, em uníssono, a quadra e o refrão. No caso dos cangaceiros, justificava-se a ausência da figura feminina "porque o rifle era a dama". Posteriormente, o xaxado ganhou acompanhamento musical - zabumba, pífano, triângulo, sanfona- e passou a aceitar a participação de mulheres.[201]
Muito comuns em Pernambuco são as Bandas de Pífanos, além de outras músicas e danças oriundas do estado, como a Ciranda. Também são comuns o Pastoril, o Coco, a Embolada, entre outras manifestações.

Turismo

O turismo no estado de Pernambuco oferece diversas atrações históricas, naturais e culturais. As principais localidades turísticas do estado de Pernambuco são: Fernando de Noronha, Porto de Galinhas,Cabo de Santo Agostinho, Olinda, Recife, Igarassu, Itamaracá, Gravatá, Triunfo, Garanhuns e Caruaru. A igreja católica mais antiga do país fica localizada em Igarassu e foi construída em 1535. O Galo da Madrugada é considerado o maior bloco carnavalesco do mundo, reunindo quase 2 milhões de pessoas.
Segundo a pesquisa "Hábitos de Consumo do Turismo Brasileiro 2009", realizada pela Vox Populi, Pernambuco foi o segundo destino turístico preferido dos brasileiros, já que 11,9% dos turistas optaram pelo estado nas categorias pesquisadas;[224] e segundo a International Congress And Convention Association (ICCA), Pernambuco é o terceiro melhor polo de eventos internacionais do Brasil.[225]
O litoral é o principal atrativo. Milhões de turistas desembarcam todos os anos no aeroporto do Recife. Há alguns anos o estado vem investindo intensamente na melhora da infraestrutura e em projetos de interiorização do turismo, como no desenvolvimento do ecoturismo.
O litoral do estado de Pernambuco tem cerca de 187 km de extensão, entre praias e falésias, zonas urbanas e locais praticamente intocados. Faz divisa ao norte com a Paraíba e ao sul com Alagoas. Além das praias, possui o arquipélago de Fernando de Noronha, Patrimônio Natural da Humanidade, e suas 16 praias.
Pernambuco oferece dez rotas de turismo que vão do litoral ao interior criadas pela EMPETUR, que visam explorar os principais pontos turísticos de cada região do estado de acordo com suas potencialidades, que vão do turismo de sol e mar e ecoturismo ao turismo serrano e religioso.
O Litoral Sul do estado, que tem cerca de 110 km de praias, é totalmente protegido por corais, que formam irresistíveis piscinas naturais de águas mornas. É famoso por diversas praias conhecidas nacional e internacionalmente, como Porto de Galinhas. Turistas de todo o país se hospedam nos luxuosos hotéis eresorts do litoral sul do estado.
O Litoral Norte do estado é mais densamente habitado que o litoral sul, quase urbanizado por completo desde a Região Metropolitana do Recife até a divisa com aParaíba. Tem alguns dos sítios históricos mais importantes do Brasil, como os dos municípios de Olinda, Igarassu, Itamaracá e Goiana. Construções do brasil-colônia, como o Forte Orange na ilha de Itamaracá e a Igreja dos Santos Cosme e Damião em Igarassu (a mais antiga igreja do Brasil em funcionamento), são muito visitadas por turistas que passam pela região. As praias também são muito procuradas. O litoral norte pernambucano também é conhecido por abrigar oVeneza Water Park, um dos maiores parques aquáticos do Brasil, situado na praia de Maria Farinha em Paulista.
O Circuito do Frio é uma opção para os que procuram um clima ameno. Trata-se de um evento multicultural, realizado no mês de julho e começo de agosto em cinco cidades serranas do interior pernambucano: Garanhuns, Triunfo, Gravatá, Pesqueira e Taquaritinga do Norte. O Festival de Inverno de Garanhuns (FIG), criado há 15 anos, foi o primeiro evento, que deu início ao costume de seguir para o interior de Pernambuco na época mais fria do ano. O FIG apresenta uma maratona de atrações nacionalmente conhecidas nas praças e parques. São 12 polos, espalhados por toda a cidade de Garanhuns, num evento que mistura diversos estilos musicais –rock, MPB, blues, jazz, forró e música instrumental, para citar alguns –, teatro, cinema, circo, gastronomia, folguedos populares e outras formas de manifestação cultural. Já se apresentaram no Festival de Inverno de Garanhuns nomes como Skank, Paulinho da Viola, Gal Costa, Pitty, MV Bill, Neguinho da Beija-Flor, Marcelo D2, Dominguinhos, Zélia Duncan, Alcione, Erasmo Carlos, Lenine, Jorge Ben Jor, entre muitos outros. Triunfo, por sua vez, é um dos destinos mais concorridos do circuito. Poucos municípios têm o privilégio de reunir tantos atrativos quanto Triunfo: o clima (a cidade está a 1.004 metros de altitude) que propicia o cultivo de flores, o casario singelo, as antigas construções, os seculares conventos, o Cine-Teatro Guarany, os engenhos de cana-de-açúcar e a Lagoa João Barbosa. Gravatá, localizada a 85 quilômetros do Recife, é um dos locais mais acessíveis do evento. Andar pela cidade, tomar chocolate quente, parar nos restaurantes tradicionais de culinária típica para comer galinha à cabidela ou buchada de bode são programas imperdíveis. Em Gravatá, o Circuito do Frio recebe o nome de Festa da Estação. Cidade de larga tradição rendeira, Pesqueira realiza há cinco anos a Festa da Renascença, justamente o nome da renda feita na região. Já a cidade das praças e das flores, Taguaritinga do Norte, comanda a Festa das Dálias.[228][229]

Ligações externas




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